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Outros Jeitos de Usar a Boca


Sinopse: "Outros jeitos de usar a boca" é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia – e que também assina as ilustrações presentes neste volume –, o livro se tornou o maior fenômeno do gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.

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Várias pessoas me indicaram o livro e particularmente eu já tenho uma forte tendência a gostar de poesia contemporânea, então tudo caminhava para que eu amasse a leitura – e eu amei. Gostaria de ler o original, em inglês, também. É o primeiro livro de uma indiana que eu leio. A tradução literal do título – Milk and Honey – seria “Leite e Mel”, e apesar de fazer sentido, achei desnecessariamente apelativo usarem “Outros Jeitos de Usar a Boca”, até porque um dos primeiros poemas faz referência ao título original, e dessa forma acaba não tendo o mesmo efeito. Os poemas são curtos, típicas poesias contemporâneas. Não vou negar, me lembrou MUITO A Princesa Salva a Si Mesma Neste Livro, de Amanda Lovelace, que li também nesse ano. A temática forte, que abrange abuso físico, psicológico, sexo, amor e perdão, torna o livro denso. Problematiza a beleza feminina, a posição da mulher no mundo e tem diversas imagens que dialogam com os poemas num estilo artístico que eu adorei. É dividido em quatro parte: a dor, o amor, a ruptura e a cura. O eulírico geralmente é um ser feminino tratando sobre corromper, ser corrompido, perdoar e se perdoar, tudo com uma violenta transmissão de dor. Apesar de ter muitas poesias violentas, outras são extremamente leves e prazerosas de ler. Achei que a obra transmite bem todo o sentimento negativo o qual muitos dos seus poemas carregam, o que faz com que o clima pesado e deprimente permeie boa parte da leitura. Muitas vezes a autora coloca a preocupação com o outro como um fardo, um fardo necessário. Mexeu comigo, principalmente porque gosto de livros com conteúdos densos assim. Àqueles que preferem livros felizes, aconselho a manter distância de Rupi Kaur. Também não indicaria aos adeptos ao parnasianismo, que adoram rimas e musicalidade – a não ser que queiram sair da zona de conforto. Já aos que amam uma poética confessional e livre, é indispensável!

Nota: 3,6/5

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